Pesquisa desenvolvida no Centro Integrado de Diagnóstico da Universidade Gama Filho (UGF), no Rio de Janeiro, concluiu que os aparelhos usados nas academias para “malhar” podem ser transmissores de doenças. Dos estabelecimentos avaliados das zonas Norte e Oeste da cidade, a presença de micróbios nos aparelhos destinados aos exercícios físicos foi detectada em 44,4% das amostras.
No estudo, coordenado pelos pesquisadores João Carlos Tórtora e Adriana Pereira, foram analisados 27 amostras de colchonetes, selins de bicicletas e outros equipamentos. E fungos, vírus e bactérias — como coliformes fecais — foram encontrados em grandes concentrações em alguns aparelhos.
De acordo com os pesquisadores formam diagnosticados mais de 1.600 micro-organismos por cm² em alguns selins. A concentração de 100 bactérias ou fungos por cm² já é considerada carga microbiana excessivamente alta, ressalta João Carlos Tórtora.
O ambiente normalmente fechado das academias e o suor proveniente da atividade física colaboram para a proliferação dos micro-organismos. Para evitar a exposição às doenças, o ideal seria que cada atleta tivesse seu colchonete, sua capa de selim e tomar banho antes e depois das atividades físicas, aconselham os médicos. E mais, os equipamentos também deveriam ser limpos com hipoclorito de sódio (água sanitária) ou álcool a cada utilização, complementam os estudiosos.
Conjuntivite, infecções intestinais, faringite, micoses e piodermites (furúnculos) são algumas das infecções que podem ser contraídas pelo contato.
Falta de regulamentação específica da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) que determine limites toleráveis de contaminação ainda é o principal desafio a ser superado. Segundo a Anvisa, a orientação é para que as academias tenham instalados borrifadores com álcool perto dos aparelhos.
A limpeza do material e dos colchonetes antes e depois da utilização ainda é vista com certo preconceito pelos homens que frequentam academias. Mas, entre as mulheres, a realidade é diferente, elas temem estar se expondo a um elevado risco de contaminação, concluem os pesquisadores